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O HortPANC – Encontro Nacional de Hortaliças Não Convencionais – é um evento nacional, itinerante, idealizado para reunir pessoas das várias áreas do conhecimento para discutir temas relacionados às hortaliças PANC e seu papel na soberania e segurança alimentar e nutricional. O 1º HortPANC foi realizado em 2017 pela Embrapa Hortaliças, em Brasília-DF. O pesquisador Nuno Rodrigo Madeira, da Embrapa Hortaliças, é o curador do evento. Os demais foram realizados em São Paulo – SP, Curitiba-PR, Salvador-BA (virtual em função da pandemia da Covid-19), Brasília- DF, Campinas e Jundiaí-SP e São Lourenço do Sul-RS, sempre com participação de vários setores do governo e da sociedade.
Em 2025 será realizado em Minas Gerais, tendo à frente da organização a EPAMIG, a Embrapa e a Emater-MG. O tema escolhido para o 8º HortPANC – “Hortaliças PANC: das tradições
populares ao conhecimento científico” – visa valorizar o conhecimento das populações tradicionais e divulgar as pesquisas realizadas no país nas Instituições de pesquisa, ensino e extensão.
É também um convite à discussão das hortaliças PANC como plantas com grande potencial para assegurar a soberania e segurança alimentar e nutricional, especialmente frente às emergências climáticas.
Serão dois dias de palestras e mesas redondas em Sete Lagoas, no auditório da Sede da Embrapa Milho e Sorgo, e um dia de campo em Prudente de Morais, na EPAMIG/Campo Experimental Santa Rita. Palestrantes e moderadores de várias instituições do país e representantes de populações tradicionais, incluindo indígenas e quilombolas, estão sendo convidados para debater o tema.
As plantas escolhidas para ilustrar a logo do 8º HortPANC são espécies de usos regionalizados, muito utilizadas na culinária de populações tradicionais de Minas Gerais, estado em que o evento ocorrerá.
A taioba e o ora-pro-nóbis estão presentes nos quintais mineiros e na culinária do dia-a-dia, exercendo influência na cultura alimentar de populações tradicionais. O pequi enriquece a alimentação nas cidades do interior onde é coletado diretamente na natureza no período de produção de frutos, além de ser fonte de renda para a população rural.
Essas plantas representam a rica diversidade de hortaliças PANC consumidas em Minas Gerais, refletindo sua importância na cultura e na gastronomia mineira.
O ora-pro-nóbis é da família dos cactos – Cactaceae. É uma planta perene que produz folhas praticamente o ano todo.
Em Minas Gerais ocorrem duas espécies: Pereskia aculeata e Pereskia grandifolia
Autor das fotos: Izabel Cristina dos Santos
ORA-PRO-NÓBIS – Pereskia aculeata Mill.
Nativo nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil. Tem folhas simples, de cor verde escuro, sem pelos, textura carnosa, forma lanceolada, 3-8 cm de comprimento. Ramos longos, ramificados. Inicialmente se apoiam em qualquer suporte (escandentes), mas quando ficam muito compridos e pesados ficam pendentes.
Autor das fotos: Izabel C. dos Santos
Autor das fotos: Izabel C. dos Santos
Autor das fotos: Izabel C. dos Santos
Além das nutritivas folhas, podem ser consumidas as pétalas das flores e o fruto maduro. Com o fruto podem ser preparados sorvete, geleia, molhos, etc.
O ora-pro-nóbis tem recebido imensa atenção da mídia e das indústrias de alimentos naturais, que transformam suas folhas em pó, comercializado na forma de cápsulas. Mas é nos tradicionais pratos da culinária mineira que seu sabor pode ser melhor apreciado.
As taiobas (Xanthosoma spp.) pertencem à família Araceae. São plantas tropicais perenes, de fácil cultivo, originárias da América do Sul, mas cultivadas em várias regiões do mundo.
A espécie nativa em Minas Gerais é Xanthosoma taioba, sendo ainda encontrada em muitos quintais para consumo familiar. A planta tem até 1 metro de altura, com duas a 4 folhas.
A taioba tem folhas grandes (25-50 cm de comprimento x 18-35 cm de largura), de cor verde escuro na face adaxial (frente) e verde mais claro na face abaxial (verso). As nervuras têm cor mais clara e, no verso da folha são salientes. A ponta da folha aponta para baixo. A folha é sagitada, o que quer dizer que a margem da folha é recortada até o ponto de encontro com o pecíolo, popularmente chamado de “talo”.
Autor das fotos: Izabel Cristina dos Santos
Na taioba, há uma linha que circunda toda a margem da folha.
Autor das fotos: Izabel Cristina dos Santos
Folhas de taro e de taioba.
A – Face adaxial (superior)
Folhas de taro e de taioba.
B – Face abaxial (inferior)
Autor das fotos: Izabel C. dos Santos
As folhas da taioba podem ser consumidas somente após cozimento prolongado, o que deixa as folhas brilhantes e com textura sedosa.
Autor das fotos: Izabel C. dos Santos
Autor das fotos: Izabel C. dos Santos
Em restaurantes de cidades históricas, de grande apelo turístico, é ingrediente indispensável em pratos tradicionais ou na gastronomia gourmet.
As folhas da taioba cozidas têm alta digestibilidade, fornecem poucas calorias e é fonte de vitaminas (A e C) e minerais (fósforo, potássio, magnésio, cálcio, ferro,
manganês, boro, cobre).
Em Minas Gerais uma outra planta da família Araceae tem sido chamada de taioba-branca (em outras regiões de taioba-de-alegre, couve-chinesa), mas as folhas são muito diferentes. Neste caso a folha é peltada (a fenda no alto da folha não chega até o pecíolo) e a cor da folha é verde-claro. A folha pode ficar muito grande, de onde vem um dos nomes populares: orelha-de-elefante. A folha da foto mediu 100 cm de comprimento (A) e 77 na parte mais larga (B).
Taioba-de-alegre, taioba-branca, couve-chinesa (Leucocasia gigantea) – Comprimento (A)
Taioba-de-alegre, taioba-branca, couve-chinesa (Leucocasia gigantea) – largura (B) da folha.
Autor das fotos: Izabel C. dos Santos
O pequi (Caryocar brasilieneis Cambess) é uma árvore típica do Cerrado brasileiro, região de grande importância ecológica e cultural.
Autor das fotos: Maria Geralda Vilela Rodrigues
Conhecido também por piqui e pequiá, o fruto possui caroços protegidos por espinhos e uma amêndoa comestível. Seu nome vem do tupi “pyqui”, que significa “pele com espinho”. O sabor da polpa que envolve o caroço é peculiar e o aroma forte, o que agrada muitos, mas desagrada outros tantos.
Autor das fotos: Vinícius Tadeu da Veiga Correia
Na culinária mineira o caroço do pequi faz parte do tradicional prato “Arroz com pequi”, mas também pode ser adicionado ao frango e ao feijão, ou utilizado para preparar licor, conservas, doces, sorvetes e para extrair o óleo de pequi, usado para fazer o arroz com sabor de pequi depois que a safra termina.
Além da sua importância na culinária mineira, também tem grande importância na economia de populações agroextrativistas nas regiões do Cerrado brasileiro. Muitos agricultores complementam sua renda através da coleta e comercialização do pequi.
Devido à grande importância do pequizeiro e do bioma Cerrado, em 2025 foi sancionada a Lei 15.089, que cria a Política Nacional para o Manejo Sustentável, Plantio, Extração, Consumo, Comercialização e Transformação do Pequi e de outros frutos e produtos nativos do Cerrado.
A derrubada do pequizeiro é proibida, salvo em situações especificadas na Lei 15.089, que também promove o reflorestamento, o manejo adequado das árvores e a criação de um selo para identificar a procedência e a qualidade dos produtos do Cerrado.
Organização do evento
E-mail: hortpanc2025@epamig.br
Telefone: (31) 9 9589-7387
Rodovia MG 424 km 64
Zona Rural
Prudente de Morais – MG
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