A quantia indica uma variação positiva de 10% na balança comercial em relação ao mesmo período do ano passado
Alavancada pelo bom desempenho nas exportações, a balança comercial do agronegócio mineiro fechou os sete primeiros meses de 2020 com uma alta de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. O superávit totalizou US$ 4,54 bilhões no período, elevando a expectativa de que este ano, apesar da crise mundial causada pela Covid-19, seja o segundo melhor da série histórica do agronegócio mineiro, que teve início em 1997.
As exportações tiveram uma receita de US$ 4,93 bilhões, uma expansão de 9,4% de janeiro a julho, enquanto as importações acumularam US$ 387,52 milhões, crescimento de 3% no mesmo período. Ao todo, Minas Gerais enviou 7,6 milhões de toneladas de produtos agropecuários para 162 países do mundo, um aumento de 31,4% no volume acumulado exportado.
“O bom resultado se deve principalmente ao aumento nas vendas de alguns dos principais produtos da nossa pauta exportadora: soja, carne bovina, carne suína e açúcar”, analisa Manoela Teixeira de Oliveira, assessora técnica da Superintendência de Inovação e Economia Agrícola (Siea) da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
Dentre os principais países importadores dos produtos mineiros estão a China (US$ 1,50 bilhão); EUA (US$ 475,83 milhões); Alemanha (US$ 460,42 milhões); Itália (US$ 238,47 milhões); e Japão US$ 184,98 milhões). “A China continua sendo o principal destino das exportações do estado, influência da pandemia e da necessidade do país asiático em manter os estoques de alimentos”, acrescenta Manoela.
“Isso mostra que, apesar da crise mundial causada pelo novo coronavírus, o cenário segue positivo para as exportações do agronegócio. Nossa expectativa é que 2020 tenha o segundo melhor resultado da série histórica mineira, ficando atrás somente de 2011, quando as vendas chegaram a US$ 9,72 bilhões. A previsão é que nossas exportações cheguem na casa dos US$ 9 bilhões neste ano”, comenta o superintendente de Inovação e Economia Agropecuária da Seapa, Carlos Eduardo Bovo.
Principais produtos
Entre os produtos com crescimentos mais expressivos está o complexo soja (grãos, farelo e óleo), que alcançou a marca de US$ 1,38 bilhão e 3,87 milhões de toneladas, um incremento de 39,6% no valor e 45,4% no volume.
“Essa quantia representa quase 30% das vendas de todo o agronegócio, um número muito significativo. Mais especificamente com relação aos grãos, a China representou sozinha 80% destes embarques, o que demostra a importância da relação comercial com este país”, pontua Manoela.
As carnes também tiveram importante relação com o superávit, totalizando US$ 565,26 milhões (+8,3%) e 179 mil toneladas exportadas (+16,4%). Entre elas, os destaques foram para o setor de bovinos (US$ 431,46 milhões e 100 mil toneladas) e suínos (US$ 24,16 milhões e 13 mil toneladas). No caso da carne suína, os índices apontaram crescimento de 94% na receita e 73% no volume.
Destaque na balança comercial do estado também para o complexo sucroalcooleiro, com US$ 493 milhões (+61,7%) e 1,7 milhão de toneladas (+64,3%). O açúcar foi o principal item comercializado, representando quase 96% das vendas do complexo, com receita de US$ 473,1 milhões e 1,6 milhão de toneladas.
“Também contribuíram para o aumento na exportação mineira alguns produtos que, apesar de terem uma participação menor na pauta exportadora, apresentaram índices de crescimento bastante expressivos. Entre eles estão: especiarias, fumo, nozes, coco e cera de abelha. Todos com índices acima de 200% de crescimento”, finaliza Manoela Teixeira.
Outros produtos que tiveram boa performance foram: rações para animais (37%), bovinos vivos (60%), gorduras de aves e bovinos (96%), manteiga (141%), especiarias (açafrão, gengibre e pimenta 213%), fumo (262%), nozes (pará e macadâmia 267%), coco (253%), mamões (283%), ceras de abelha e seus produtos (321%).
Café
Os cafeicultores mineiros continuam sendo a categoria que mais exportou no estado. Com US$ 1,96 bilhão e 12,5 milhões de sacas embarcadas até o mês de julho, a commodity representou cerca de 40% de todas as vendas externas de Minas. Entretanto, foi registrado um ligeiro decréscimo de 2,2% no valor e 8,1% no volume exportados até agora em 2020 – consequência do atraso nos embarques em decorrência da crise mundial causada pela Covid-19. Apesar disso, o café, que mais uma vez colheu uma safra recorde em Minas, tem perspectiva de recuperar nos próximos meses do ano o mesmo patamar de 2019 nas vendas ao exterior.
Entre os principais compradores do café mineiro estão: Alemanha (US$ 418 milhões), EUA (US$ 391 milhões), Itália (US$ 193 milhões), Bélgica (US$ 140 milhões) e Japão (US$ 126 milhões).