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EPAMIG participa de evento do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar sobre bioinsumos

EPAMIG participa de evento do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar sobre bioinsumos

Pesquisadora Madelaine Venzon foi convidada para realizar uma palestra sobre uso de insetos e outros inimigos naturais de pragas

Percevejo predador. Foto: Madelaine Venzon/Epamig

(Belo Horizonte – 28/7/2023) A pesquisadora Madelaine Venzon, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), irá a Brasília para participar do Seminário Nacional “Bioinsumos e Fortalecimento da Agricultura Familiar”, a convite da Secretaria de Abastecimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (SEAB/MDA), responsável pela realização do evento, que acontece no Instituto São Boaventura, entre os dias 2 e 4 de agosto.

O seminário tem como objetivo fortalecer o tema dos bioinsumos na agenda política de órgãos ligados à agropecuária e fomentar a sua produção no contexto da agricultura familiar. A programação é composta por palestras, grupos de discussão, mesas temáticas com pesquisadores e especialistas, além de apresentações de experiências de uso e produção desses produtos agrícolas.

Crisopídeo adulto. Foto: Madelaine Venzon

“Os bioinsumos são produtos, processos e tecnologias de origem vegetal, animal ou microbiana. É uma categoria bastante vasta, que inclui, por exemplo, extratos naturais promotores de crescimento, fungos, nematoides, bactérias, vírus, insetos e ácaros, que são usados como agentes de controle de pragas e doenças”, explica a pesquisadora da EPAMIG Sudeste, Madelaine Venzon. Ela completa: “Eles protegem as plantas, causando mortalidade ou repelindo as possíveis pragas. Alguns bioinsumos podem ainda favorecer o crescimento vegetal, pois também são responsáveis por ativarem os sistemas de defesa naturais dessas plantas contra as pragas”.

Biofábricas

De acordo com a pesquisadora, existem hoje cerca de 480 bioinsumos oficialmente registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “Nos últimos anos, o Brasil deu um grande salto, tanto nos registros quanto no uso de bioinsumos, especialmente se pensarmos que, há pouco mais de uma década atrás, tínhamos apenas um ou dois produtos registrados”, comenta Madelaine, que prossegue: “Hoje o cenário é muito promissor e já temos, por exemplo, bioinsumos sendo produzidos nas próprias propriedades rurais, em chamadas ‘Biofábricas’. É importante lembrar que essas produções precisam seguir todas as recomendações técnicas para garantirem tanto eficiência quanto segurança”.

Ela também destaca o uso crescente dos bioinsumos entre os agricultores familiares, por conta de sua eficácia, sustentabilidade, e pelo fato de que muitos agrotóxicos disponíveis no mercado já não fazem efeito no combate a algumas pragas. “Com o passar do tempo, muitas pragas desenvolvem resistência a esses agrotóxicos, e por isso temos visto uma procura cada vez maior pelos bioinsumos, por parte da agricultura familiar. Acho de extrema importância fazer com que as informações e tecnologias cheguem a esses pequenos produtores, por meio de eventos, publicações técnicas e pelo trabalho de extensionistas”, ressalta Madelaine Venzon.

Joaninha predadora. Foto: Madelaine Venzon/Epamig

Bioinsumos e práticas agroecológicas

Em sua apresentação, intitulada “Bioinsumos no manejo agroecológico de pragas”, que ocorre no dia 03/08, Madelaine vai abordar o uso desses produtos agrícolas no contexto do controle biológico conservativo, tema que a pesquisadora trabalha há mais de 20 anos. Esse tipo de manejo prevê uma série de medidas que visam equilibrar o microclima da propriedade rural. Dentre tais práticas está, por exemplo, a introdução de outras espécies de plantas, coberturas verdes e arbustos, que atraem inimigos naturais de pragas e fornecem recursos, como pólen e néctar, para a manutenção de suas populações.

“Pretendo mostrar que, apesar de serem ferramentas muito importantes, os bioinsumos devem ser usados em consonância com outras práticas que compõem um manejo agroecológico. Com isso, temos até um crescimento na eficiência dos bioinsumos, que podem ser aplicados apenas como medidas curativas em situações emergenciais, por exemplo, quando a população de uma praga começa a crescer demais”, detalha a pesquisadora.

Madelaine Venzon é uma das editoras-técnicas da nova edição do Informe Agropecuário, tradicional publicação produzida pela EPAMIG, cujo tema é “Bioinsumos: das biofábricas à produção nas propriedades rurais”. No dia 11 de agosto, às 10h, haverá uma live oficial de lançamento no canal da EPAMIG no YouTube.

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