Série “Sexta com citros” começa em 7 de agosto. Inscrições podem ser feitas pelo site.
(Belo Horizonte – 23/7/2020) – A citricultura será tema de uma série de webinários que a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) realizará no próximo mês de agosto. Serão quatro encontros virtuais, sempre às sextas-feiras, às 16h, abordando temas relacionados ao cultivo, aos cuidados e à comercialização de citros. As apresentações terão a participação de instituições parceiras da EPAMIG como Fundecitrus, Faemg, Emater-MG, Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e Geagesp.
“Anualmente, no mês de agosto, a EPAMIG realiza o Encontro Técnico de Citricultura na cidade de Campanha, junto com a prefeitura local, o Sindicato Rural e outros parceiros. Com a impossibilidade da realização de eventos presenciais, imposta pela pandemia, veio a ideia deste Webinário – Sexta com Citrus – que traz diferentes temas escolhidos em função das principais demandas dos citricultores mineiros”, explica a pesquisadora da EPAMIG, Ester Ferreira.
O primeiro webinário, no dia 7 de agosto, vai discutir o Greening, doença que mais afeta os cítricos na atualidade. O Encontro terá a participação do pesquisador do Fundecitrus, Renato Beozzo Bassanezi, da pesquisadora Ester Ferreira e do citricultor Toni Simonetti. No dia 14, o tema será Exportação da Ponkan e a discussão contará com a presença de representantes da Faemg e da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “O tema foi escolhido considerando o grande potencial que a tangerina Ponkan, produzida em Minas Gerais, possui para conquistar o mercado internacional. Apesar de perecível e de possuir uma curta vida de prateleira, com logística e assessoramento adequados, nossa Ponkan poderá atravessar o oceano em busca de outros mercados”, comenta Ester.
O Encontro de 21 de agosto discutirá a comercialização de frutas cítricas e terá a participação do engenheiro agrônomo da Ceagesp, Gabriel Bitencourt. “Na ocasião, mostraremos como as frutas de mesa produzidas em Minas têm ganhado espaço no principal entreposto comercial do Brasil”, conta Ester. As ações e as contribuições da pesquisa, da extensão e da defesa sanitária para a citricultura serão o assunto no encerramento da série, em 28 de agosto, com a presença do coordenador Estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio e do fiscal de Agropecuária da Gerência de Defesa Sanitária Vegetal do IMA, Leonardo Carmo.
As inscrições podem ser feitas no site http://www.epamig.br/webinario-citricultura/.
A citricultura em Minas Gerais
O estado de Minas Gerais é o segundo maior produtor nacional de laranja, tangerina e limão-Tahiti. O cultivo, comum em pomares domésticos de chácaras, sítios e afins, além de áreas comerciais, está presente em quase todos os municípios. Comercialmente, o Triângulo Mineiro destaca-se pela produção de laranjas, destinadas a indústria de sucos. O Sul de Minas e a região Central, concentram a produção de tangerinas, e o Norte de Minas é o maior produtor e também exporta Limão-Tahiti.
O Greening é uma doença bacteriana, que não tem cura, e que atinge qualquer planta cítrica. O primeiro relato oficial em Minas Gerais ocorreu no ano de 2005. No ano de 2016 houve registros na região central e em 2019 na Zona da Mata. “Isso mostra que, apesar dos esforços feitos para conte-la, a doença vem avançando”, alerta Ester Ferreira, que destaca os cuidados necessários. “As medidas básicas para controle são: uso de mudas certificadas e produzidas em viveiro telado, inspeção periódica dos pomares para erradicação de plantas contaminadas e controle do psilídeo, que é o inseto vetor da doença”.
A pesquisadora também dá dicas para a identificação e controle da doença. “Nessa época do ano, caracterizada por pouca chuva, os sintomas nas plantas são mais evidentes: amarelecimento das folhas, que facilita a identificação de plantas contaminadas que deverão ser erradicadas. Já no início das chuvas, que marca também o início das brotações, a atenção deve ser dada às pulverizações para controle do psilídeo. Em caso de dúvida sobre identificação da doença, seja em pomar doméstico ou comercial, é preciso procurar orientação técnica”.
A EPAMIG tem testado o adensamento de plantio, por meio da avaliação de cultivares copa e porta enxertos em diferentes espaçamentos, visando a redução do impacto do Greening nos pomares, e o cultivo consorciado, buscando melhor aproveitamento de área e também manejo do Greening. As pesquisas buscam ainda identificar cultivares adaptadas as condições do estado de Minas Gerais e potenciais novos mercados.