Você se considera apreciador ou entendedor de azeites? Afinal, o Brasil produz azeites de qualidade? Na nossa primeira matéria da série Especial vamos falar desse óleo tão apreciado na culinária de todo o mundo.
Você sabia que oliveira foi uma das primeiras plantas cultivadas pelos seres humanos? Desde a Grécia Antiga já se falava dessa árvore da família das oleáceas. Para se ter uma ideia, há vestígios fossilizados de oliveiras datadas do ano 2500 a.C.
Nativas da parte oriental do mar Mediterrâneo e do norte do atual Irã, as oliveiras produzem azeitonas, frutos utilizados na fabricação de azeite. Esse óleo, bastante apreciado na culinária de todo o mundo, deixa os pratos bem mais saborosos.
Mas, melhor que isso, o azeite tem vários benefícios para a saúde. O consumo de azeite aumenta a resistência imunológica, reduz o envelhecimento precoce, previne doenças cardiovasculares, diminui o colesterol ruim, aumenta o colesterol bom, o nível de vitamina E com ação antioxidante, melhora a pressão arterial… A lista é grande.
Em meio a tantas opções nas prateleiras dos supermercados, você se considera um bom entendedor de azeite? Afinal, o Brasil é um produtor de azeites de qualidade? O que significa um azeite extravirgem? Quais são as principais variedades cultivadas no país? Como escolher um bom azeite? Muitas perguntas e algumas respostas nessa nossa primeira matéria da série Especial da EPAMIG.
Existe azeite 100% brasileiro?
A resposta é sim, e Minas Gerais está com tudo! A extração de azeite no Brasil é recente, mas, graças às pesquisas desenvolvidas pela EPAMIG, desde fevereiro de 2008 temos tecnologia suficiente para fazer extração e produzir azeite de ótima qualidade e identidade 100% brasileira.
O marco inicial da produção de azeites brasileiros ocorreu no Núcleo Tecnológico de Azeitona e Azeite, em Maria da Fé, cidade localizada na Serra da Mantiqueira, região Sul de Minas Gerais. Na ocasião, foram produzidos 40 litros de azeite, feito que deixou os produtores da região animados para começar o cultivo de oliveiras em escala mais ampla.
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Hoje, os municípios da serra da Mantiqueira concentram boa parte dos olivais mineiros. Em 2018 foram produzidos 80 mil litros de azeite só na região. Dos 160 produtores que existem no local, a estimativa é que mais de 50 marcas estejam no mercado beneficiadas direta ou indiretamente pelas tecnologias de extração desenvolvidas pela EPAMIG.
Os azeites da Serra da Mantiqueira têm qualidade?
A resposta também é sim. A explicação é bem simples. Os azeites produzidos em Minas têm qualidade porque são azeites frescos e com características que dão para ele o status de extravirgem (vamos falar disso logo a seguir).
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Mas, para te convencer ainda mais sobre a qualidade dos azeites produzidos em Minas, destacamos os prêmios recebidos pelos nossos azeites em competições internacionais. Na última edição da New York Olive Oil Competition, um dos principais concursos de azeite do mundo, dois rótulos mineiros foram premiados com medalha de ouro: o Irarema, de Poços de Caldas, e o Reserva Mantiva, de Consolação. O reconhecimento nacional e internacional movimenta a economia da região da Mantiqueira e atrai turistas do mundo inteiro para a região.
O que é um azeite extravirgem?
Todos os azeites de oliva têm como matéria-prima a azeitona. As diferenças estão nas características químicas, sensoriais e de processamento, isto é, se passou por refinamento ou não.
Azeite extravirgem é aquele extraído apenas de azeitonas, por meio de processos físicos com temperatura controlada, o que mantém a natureza original do produto. Deve conter a acidez menor que 0.8%.
Já o azeite virgem tem as mesmas características de extração do extravirgem, com a diferença que a acidez deve ser menor que 2%.
O azeite de oliva é obtido pela mistura do azeite de oliva refinado e do azeite virgem ou extravirgem. A acidez, nesse caso, deve ser menor que 1%.
Quais são as principais variedades de oliveiras cultivadas no país?
São quatro as cultivares em destaque no Brasil.
A Arbequina, de origem espanhola, é uma das variedades que mais se adaptou ao clima brasileiro. Ela produz um azeite de excelente qualidade, com sabor suave e frutado.
A Grappolo 541, de origem italiana, foi desenvolvida e registrada pela EPAMIG em terras brasileiras. Ela produz um azeite frutado de amargor moderado. A variedade também pode ser utilizada para produção de azeitonas em conservas.
A Koroneiki é a cultivar mais importante da Grécia, mas que também se adaptou muito bem às condições de clima e relevo do Brasil. O azeite é bastante apreciado por consumidores que buscam por um sabor mais picante.
Já a Maria da Fé, de origem portuguesa, é a originária das primeiras plantas que chegaram à cidade de mesmo nome na década de 1930. Um pouco mais exigente ao frio, possui um sabor peculiar e produz um azeite mais encorpado, com picância e amargor moderados. Essa variedade foi melhorada geneticamente e protegida pela EPAMIG com o nome MGS Mariense.
Como escolher um azeite de qualidade?
Para comprar um bom azeite, siga as dicas:
- Opte sempre pelo extravirgem
- Prefira garrafas de vidro escuro
- Compre azeites com datas de fabricação mais recente, pois, nesse caso, quanto mais novo melhor.
- Dê preferência a azeites produzidos e envasados no mesmo lugar.
- Prefira azeites estocados em locais mais frescos.
Lembre-se. A melhor maneira de consumir o azeite é a crua. Nesses casos não há perda das propriedades nutricionais. O aquecimento intenso e prolongado do azeite pode levar a alteração das propriedades nutricionais. Por isso, fique atento ao ponto de fumaça e as alterações na cor, sabor e textura.
Com informações da cartilha “Azeite de Oliva” produzida pelo DPIT da EPAMIG.