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“Olha a cobra! É mentira!”: Campo Experimental de Santa Rita recebe capacitação sobre manejo de animais peçonhentos

“Olha a cobra! É mentira!”: Campo Experimental de Santa Rita recebe capacitação sobre manejo de animais peçonhentos

Capa da cartilha apresentada no Campo Experimental de Santa Rita. Crédito: Maria Honorina Pereira Rocha/IEF

(Prudente de Morais – 30/5/2023) Apesar da brincadeira típica das festas juninas, encontrar uma cobra no campo durante alguma atividade pode ser um grande problema, pois algumas espécies podem secretar venenos extremamente prejudiciais à saúde humana, e até letais.

Foi pensando nesse tipo de risco que a equipe da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio do Trabalho Rural (CIPATr) do Campo Experimental de Santa Rita, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), recebeu uma capacitação sobre o manejo desses répteis e de outros animais peçonhentos, como aranhas-marrons, caranguejeiras e escorpiões-amarelos.

Página da cartilha sobre animais peçonhentos. Crédito: Maria Honorina Pereira Rocha/IEF

A atividade ocorreu no início deste mês e foi conduzida pela técnica ambiental do Instituto Estadual de Florestas (IEF), e gerente do Monumento Natural Gruta Rei do Mato, Maria Honorina Pereira Rocha.

“Já ouvi relatos da aparição de cobras aqui em nosso Campo Experimental no passado, mas felizmente nunca tivemos nenhum acidente relacionado a elas. Mesmo assim, a CIPATr compreendeu a necessidade de trazer uma especialista que pudesse nos orientar sobre o manuseio de serpentes e outros animais, inclusive por questões de saúde, educação ambiental e preservação da biodiversidade”, conta a pesquisadora da EPAMIG Centro-Oeste, e organizadora do encontro, Juliana Maria de Oliveira.

Página da cartilha sobre animais peçonhentos. Crédito: Maria Honorina Pereira Rocha/IEF

Durante a palestra, a técnica ambiental abordou temas relacionados aos ofídios, como informações sobre habitats naturais, alimentação, reprodução e detalhes sobre os venenos que podem ser secretados por algumas delas. Além disso, Maria Honorina apresentou a caracterização de espécies mais comuns em Minas Gerais: Caissaca, Jararaca, Jararacuçu, Jararaca-do-rabo-branco e Urutu-cruzeiro. Ela explicou que, apenas na fauna brasileira, existem cerca de 321 espécies, 75 gêneros e 9 famílias de serpentes.

Equipe do CE de Santa Rita mostra as caixas de captura, confeccionadas durante a capacitação. Foto: Acervo Juliana Maria de Oliveira/Epamig

A especialista destacou ainda cuidados preventivos que devem ser tomados para evitar o contato com animais peçonhentos, como utilizar Equipamentos de proteção individual (EPIs), evitar entulhos e o hábito de usar perneiras durante caminhadas pela vegetação da fazenda.

“Foi muito importante, pois ela nos orientou sobre como agir em casos de emergência. Se uma pessoa for picada, é preciso levá-la rapidamente até uma casa de saúde, que no nosso caso aqui é o Hospital Municipal de Sete Lagoas, para que possa ser aplicado um soro antiofídico”, ressalta Juliana de Oliveira. Ela também chama atenção para a importância de saber como manusear os animais sem a necessidade de matá-los. “É preciso acabar com o estigma de que se uma cobra aparece, temos que matá-la. Em caso de algum acidente, o recomendado é tirar uma foto do animal para a identificação de sua espécie e para que a escolha do soro antiofídico seja correta e precisa. Matar a cobra pode inclusive atrapalhar esse processo”, explica.

Confecção das caixas de captura. Foto: Juliana Maria de Oliveira/Epamig

Não houve presença de animais vivos durante a apresentação, por ser uma prática proibida por lei. Ao final da palestra, a técnica ambiental do IEF ensinou os participantes a confeccionarem uma caixa de coleta de serpentes, para que sejam conduzidas a uma área de vegetação natural longe da presença humana, ou direcionadas para algum órgão ligado a animais silvestres. A caixa perfurada é feita de madeira, e acompanha um gancho pequeno, que auxilia na captura e inserção do animal no compartimento.

“Acredito que esse curso deveria ser realizado em demais unidades de instituições que possuam fazendas, com foco em um bem-estar comum, social e ambiental, evitando que colaboradores passem por sustos e saibam como proceder caso encontrem um animal peçonhento”, conclui Juliana de Oliveira.

Cartaz elaborado pela pesquisadora Juliana de Oliveira, que foi afixado em diferentes pontos do CE de Santa Rita. Crédito: Juliana Maria de Oliveira/Epamig

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