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Primeiro encontro do Fórum Minas Gerais pela Ciência discute recursos para pesquisas no estado

Primeiro encontro do Fórum Minas Gerais pela Ciência discute recursos para pesquisas no estado

Foto: Guilherme Dardanhan

A necessidade de se ampliar os investimentos em ciência, tecnologia e inovação marcou o primeiro encontro regional do Fórum Técnico Minas Gerais pela Ciência – Por um desenvolvimento inclusivo e sustentável, realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta segunda-feira (9), em Juiz de Fora. Idealizado em parceria com mais de 30 instituições da área, o encontro ocorreu na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), um dos centros de pesquisa e produção científica da região.

O objetivo do fórum é elaborar um Plano Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Entre as sugestões priorizadas nesse primeiro encontro regional estão, por exemplo, destinar recursos do ICMS Ecológico para as pesquisas relacionadas à tecnologia, inovação, meio ambiente e sustentabilidade.

Incentivar a criação de políticas regionais para fixação de profissionais capacitados nas áreas de tecnologia, visando a atender as demandas de inovação dos setores produtivos regionais, foi outra sugestão considerada prioritária. Além da aplicação, por parte do Estado, dos recursos arrecadados com a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem).

Os participantes foram divididos em dois grupos, que avaliaram os seguintes subeixos: estrutura da política de ciência, tecnologia e inovação no Estado de Minas Gerais; cidades inteligentes, sustentáveis e criativas; políticas públicas para o desenvolvimento social; e biomas e bioeconomia, água, energia, mineração, agropecuária e agricultura familiar. Eles avaliaram propostas pré-definidas coletivamente pela organização do evento e apresentaram novas sugestões. 

O primeiro grupo discutiu 35 propostas, aprovando 24 delas na forma original e apresentando alterações nas outras 11. Os integrantes aprovaram ainda seis novas propostas. Já o segundo grupo avaliou 27 sugestões e sugeriu mudanças em 11 delas. Oito novas foram apresentadas pelos debatedores.

Região subaproveita potencial tecnológico

A região da Zona da Mata possui centros de ensino e pesquisa de reconhecida qualidade, como o o Instituto de Laticínios Cândido Tostes, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG); a Embrapa Gado de Leite, unidade Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; e as unidades de pesquisas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater).

No entanto, de acordo com o palestrante Ignácio José Delgado, diretor de Inovação da UFJF e do Centro Regional de Inovação e Transferência de Tecnologia (CRIT), o conhecimento produzido na região não é aproveitado pela maioria das empresas nela localizada.

Normalmente, as pesquisas desenvolvidas na Zona da Mata acabam sendo utilizadas por organizações de fora. A região acaba, também, exportando muitos profissionais formados em suas instituições.

Na opinião de Ignácio Delgado, a saída para a recuperação do desenvolvimento da Zona da Mata está justamente na ciência, tecnologia e inovação. “Temos uma ampla rede de pesquisa, que pode dinamizar a economia regional”, ressaltou.

O professor sugeriu uma aproximação da academia com os produtores tradicionais que ainda residem na região, como forma de alavancar o desenvolvimento regional. Também defendeu a implantação de projetos estruturantes de tecnologia e inovação que aproveitem as vocações locais, para abrir novas demandas de mercado, especialmente nas áreas de saúde e educação.

Redução de recursos recebe críticas

A queda nos investimentos em ciência, tecnologia e inovação no país e em Minas foi duramente criticada por participantes da abertura do fórum em Juiz de Fora. O professor Ignácio Delgado lembrou que 67% da pesquisa universitária é financiada pelo Estado. “Isso precisa ser recuperado”, cobrou.

Zélia Maria da Luz, diretora do Centro de Pesquisas René Rachou – Fiocruz Minas, relatou que instituições como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) estão com sérios problemas financeiros.

Fonte: ALMG

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