Em campo pesquisadores da EPAMIG apresentaram o trabalho para a seleção de cultivares recomendadas para os diferentes municípios da região
(Patrocínio – 10/5/2019) A Federação dos Cafeicultores do Cerrado, a Fundação de Desenvolvimento do Cerrado Mineiro – Fundaccer, e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG, realizaram nesta quinta-feira, 9 de maio, em Patrocínio, o 4o. Encontro de Inovação e Tecnologia para a Cafeicultura no Cerrado Mineiro. As atividades, realizadas no Campo Experimental da EPAMIG, foram divididas em estações de campo, Painel e salas temáticas.
Durante a abertura do Painel Temático, que abordou “Tecnologias para a Redução de Custos na Cafeicultura”, o presidente em exercício da EPAMIG, Trazilbo de Paula, e o presidente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, Francisco Sérgio de Assis, assinaram um termo de cooperação para a condução das unidades demonstrativas de cultivares de café em municípios da região.
“As unidades demonstrativas representam uma alteração significativa nos parâmetros de transferência de tecnologias na EPAMIG. Neste modelo, o usuário final (produtor) está envolvido em todo o processo. O convênio vai gerar bons frutos para a EPAMIG, para a Federação, para as demais instituições e, sobretudo, para os produtores”, avalia Trazilbo de Paula. Na opinião de Francisco Sérgio, o convênio vem reforçar “a capacidade do Cerrado de incorporar tecnologias, na busca por mais sustentabilidade e prosperidade”.
O secretário-adjunto de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Amarildo Kalil, exaltou a cafeicultura do Cerrado Mineiro. “A lógica de produção de café nesta região está entre as mais modernas da atualidade. E o Campo Experimental da EPAMIG tem papel decisivo nessa tecnificação. O Centro de Excelência do Café que funciona aqui é um patrimônio incalculável para a atividade”, afirmou.
Ao apresentar os principais pilares de atuação da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, o superintendente da entidade, Juliano Tarabal, lembrou a origem da parceria para a implantação das unidades demonstrativas de cultivares de café. “O embrião deste trabalho surgiu em 2015, pela aproximação com a equipe técnica da EPAMIG. Esse é o maior programa de difusão de variedades de café no Brasil e, é, com certeza, a maior entrega da história da Fundaccer”, assegurou.
Transferência de tecnologias e troca de experiências
Na primeira parte do Encontro, cinco estações de campo abordaram temas como cultivares de café, controle biológico de pragas, manejo de plantas daninhas, e uso de produtos químicos na lavoura.
Os pesquisadores da EPAMIG Gladyston Carvalho, Cesar Botelho e André Dominghetti (Embrapa Café) comandaram a estação sobre Unidades Demonstrativas de Cultivares de Café para o Cerrado e, em campo, apresentaram o comportamento das 12 cultivares avaliadas. “As Unidades Demonstrativas foram instaladas em 26 propriedades de 12 municípios da região. Estão sendo avaliadas nove cultivares desenvolvidas pela EPAMIG e parceiros e três de referência, aquelas comumente utilizadas pelos produtores”, explica César Botelho, coordenador do Programa de Pesquisa Cafeicultura da EPAMIG.
O pesquisador Gladyston Carvalho explica os objetivos do projeto. “Temos no Cerrado Mineiro diferentes características de clima e solo. As condições de cultivo que temos aqui na EPAMIG, não são as mesmas para propriedades localizadas no Chapadão de Ferro, a 30 quilômetros daqui. Durante este experimento, que continua até 2021, estamos coletando, com a ajuda dos produtores, que anotam passo a passo, cada procedimento adotado em sua unidade, dados sobre condições geográficas, climáticas e tratos culturais que, ao final do projeto, serão disponibilizados pela EPAMIG e pela Federação do Cerrado”. Gladyston acrescenta que, ainda entre os dias 20 e 25 de maio, serão realizados seis dias de campo em propriedades, onde estão em instaladas algumas dessas unidades demonstrativas.
A pesquisadora Madelaine Venzon e as bolsistas de doutorado da Universidade Federal de Viçosa, Elem Fialho Martins, Mayara Loss Frazin e Jéssica Mayara Coffler Botti conduziram a estação sobre Controle Biológico de Pragas do Cafeeiro. Elas apresentaram o trabalho com predadores como formigas, vespas, parasitoides e fungos, para o combate do bicho mineiro e da broca do café, na Zona da Mata Mineira. E, em campo, demonstraram o experimento sobre arborização da lavoura com plantas como o ingá, para a redução da broca e o do bicho mineiro. “O néctar do ingá atrai os inimigos naturais do café. Os trabalhos com controle biológico têm também um apelo econômico, visto que hoje não existe um inseticida 100% eficaz”, afirma Madelaine. Na parte da tarde, a pesquisadora, que também coordenada o Programa Estadual de Pesquisa Agroecologia da EPAMIG, participou da Sala Temática “A força da mulher na cadeia do café” abordando tecnologias para redução do uso de agrotóxicos em café.
O 4o. Encontro de Inovação e Tecnologia para a Cafeicultura no Cerrado Mineiro contou com o patrocínio de Bayer, Expocaccer, Solinftece e SicoobCoopacredi e o apoio da Emater, do Consórcio Pesquisa Café, Unicerp, Sebrae, Fapemig, CNPq, INCT Café, Uniube e Celeiro Fazu. Também estiveram presentes, o diretor de Administração e Finanças da EPAMIG, Leonardo Kalil e o chefe-geral da EPAMIG Oeste Fernando Franco.