(Belo Horizonte – 14/4/2021) – No ano de 2021, a Expocafé será realizada mais uma vez no formato totalmente virtual. A programação, desta que será a 24ª. edição, ocorre entre os dias 18 e 21 de maio. Dentre as novidades, está a Expocafé Mulheres, quadro especial que abordará o tema “Rumo a equidade no mercado de café” e reunirá profissionais que se tornaram lideranças no segmento.
Os debates serão realizados entre os dias 19 e 21 de maio, sempre às 15h. Na quarta-feira (19), a abertura será feita pela presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Nilda Soares. “A cafeicultura, com certeza, ganha muito com o trabalho da mulher. A mulher, principalmente na agricultura familiar, é uma grande agregadora de valor aos produtos, é aquela que zela para que o café seja um café especial, diferenciado. Muito nos orgulha ver que pela resiliência, pela persistência e pela educação, a mulher tem buscado seu espaço e realizado seu trabalho em prol da equidade e harmonia em todas áreas”, destaca.
Também neste primeiro dia, a consultora da ONU Mulheres, Helga Andrade, vai falar sobre o “Programa Ganha-Ganha: igualdade de gênero e bons negócios”, em um painel mediado pela pesquisadora da EPAMIG, Margarete Volpato. Helga, que é barista profissional e mestre em gestão de Cadeias Produtivas, conta que “se apaixonou tarde pelo café”, pois não nasceu em uma cidade produtora, nem tem família com negócio da área.
“Por influência dos amigos e um empurrãozinho do destino, acabei competindo em um campeonato de baristas em Belo Horizonte, em 2009, quando mal se falava em café especial no Brasil. Desde então, vivo entre o entusiasmo cotidiano de degustar um novo café, uma nova torra, um novo método de preparo…, e o impulso incontrolável de fazer do café uma desculpa para promover transformação”, explica.
No segundo dia de programação, a produtora de cafés orgânicos especiais e presidente da Aliança Internacional das Mulheres do Café, Capítulo Brasil (IWCA Brasil), Miriam Monteiro de Aguiar, apresentará o tema “Criando oportunidades para as mulheres do café no Brasil”. A mediação será da pesquisadora da Embrapa Café, Helena Maria Ramos Alves.
Maysa Aparecida Pereira dos Reis, vem de uma família que produz café há várias gerações. A atuação com comércio e investimentos internacionais fez com que ela desenvolvesse uma ferramenta que proporcionasse aos produtores maior autonomia no momento de negociar o café. “Assim surgiu LianWen, que em novembro de 2019 lançou o aplicativo Grãos em Mãos. “A ideia por detrás do app é a de dar maior visibilidade aos produtores e seus produtos e facilitar a compra para seus devidos comerciantes”, revela Maysa, que é CEO da marca.
Essa experiência será relatada no painel de encerramento da Expocafé Mulheres, no dia 21 de maio. A mediação será de Sérgio Parreiras Pereira, da Rede Social da Café. O pesquisador do Centro de Café ‘Alcides Carvalho’, do Instituto Agronômico de Campinas foi um dos primeiros incentivadores da IWCA Brasil e da Coalização para Equidade Racial no Café (CCRE).
A participação na Expocafé Mulheres se dará por meio inscrições prévias. Os canais para inscrição, bem como a programação completa da Expocafé 2021, serão divulgados em breve.
A Expocafé foi realizada pela primeira vez em 1998, pela Universidade Federal de Lavras (Ufla). Desde 2010, é organizada pela EPAMIG e pelo Governo do Estado de Minas Gerais, com apoio institucional da Prefeitura de Três Pontas, Cocatrel, Ufla, Emater-MG e Consórcio de Pesquisa Café.
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Dia Mundial do Café
O estado de Minas Gerais é o maior produtor nacional de café e responde por cerca de 20% da produção mundial. A bebida, segunda mais consumida do mundo, é celebrada em diferentes ocasiões e datas. Hoje, 14 de abril é o dia mundial do Café. Há também o dia nacional (24 de maio) e o dia internacional (1º. de outubro).
A pesquisa cafeeira, o desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias ocupam posição de destaque na consolidação deste cenário de liderança. Desde a década de 1970, a EPAMIG realiza estudos que buscam o aumento da produtividade, a tecnificação das lavouras e a melhoria das condições dos cafeicultores e da qualidade da bebida.
O programa de Melhoramento Genético do Cafeeiro conduzido pela EPAMIG, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Café) e as universidades federais de Lavras (UFLA) e Viçosa (UFV) registrou cultivares de café adaptadas às condições de clima e solo de diferentes regiões do estado. Esses materiais têm se destacado também pela qualidade da bebida. No último mês de outubro, as cultivares Paraíso MG H419-1, MGS Paraíso 2 e Topázio MG 1190 conquistaram as três primeiras posições na Categoria Café Natural do 8º Prêmio de Cafés do Cerrado, promovido pela Federação dos Cafeicultores do Cerrado.