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Missão suíça conhece produção brasileira de vinhos conduzida por método da dupla poda da videira

Missão suíça conhece produção brasileira de vinhos conduzida por método da dupla poda da videira

Pesquisadores da Europa visitam EPAMIG e vinícolas premiadas no Sul de Minas Gerais com intenção de cooperação técnica internacional

(Caldas, MG – dezembro 2024) Que o velho mundo produz vinhos de altíssima qualidade todos sabem, mas e os novos vinhos brasileiros que já ganham prêmios mundo afora? A técnica da Dupla Poda da Videira, desenvolvida pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais – EPAMIG, e já aplicada em regiões como o Sul de Minas, Cerrado, Chapada Diamantina e a região de Petrolina em Pernambuco, é a grande responsável pela revolução na produção de vinhos finos no Brasil e foi apresentada ao grupo de pesquisadores em vinicultura e enologia europeus. Os profissionais conheceram in loco as produções conduzidas sob dupla poda, puderam provar vinhos elaborados no Sul de Minas Gerais e ainda participaram de workshop de troca de informações sobre as pesquisas europeias e brasileiras em uva e vinho.

Promovida pela SwissNex, rede global suíça que conecta pessoas e instituições em educação, pesquisa e inovação, e pelo Instituto para América Latina da Universidade de St. Gallen, responsável pela Leading House for the Latin American Region, uma iniciativa da Secretaria de Educação, Pesquisa e Inovação do governo suíço para promover a cooperação acadêmica com outras regiões do mundo, a missão técnica internacional estabelece uma ponte entre Brasil e Suíça. “Essa ação abre as portas para uma cooperação, de fato, entre pesquisadores da EPAMIG e da Suíça, no sentido de aproveitarmos editais e possibilidades de financiamentos de projetos que contemplem participação de pesquisadores brasileiros e europeus; enviar pesquisadores nossos para serem treinados e receber pesquisadores visitantes que vão poder contribuir com desenvolvimento de etapas especificas dos nossos projetos”, relata o diretor técnico da EPAMIG, Trazilbo de Paula, integrante do receptivo à missão.

De acordo com Letícia Vargas, coordenadora de parcerias de pesquisas e parcerias acadêmicas do St.Gallen Institute of Management in Latin America (GIMLA-HSG), a Suíça, como o país mais inovador do mundo, tem amplas possibilidade de cooperação. “É importante que a Suíça abra fronteiras acadêmicas com áreas ainda pouco exploradas, há muito que aprender com a América Latina. Existem muitos detalhes e contextos que só existem aqui e que eles só vão aprender interagindo com os pesquisadores daqui”, ressalta. Pedro Capra, gerente do Programa de Relações Acadêmicas da Swissnex Brazil, a proposta básica é “mostrar as pesquisas de excelência que são feitas no Brasil. Nosso papel é encurtar o caminho de um pesquisador na Suíça até um pesquisador no Brasil. Isso é algo que vimos trabalhando; estimular colaboração internacional, praticar a diplomacia científica com o propósito de estabelecer parcerias em ciência, tecnologia, inovação e educação”.

Além de relatar o encantamento com a hospitalidade e receptivo em Minas Gerais, Antoine Pinéde, economista e pesquisador integrante da missão suíça, ressaltou o interesse nas inovações que a nova fronteira do vinho vem proporcionando. “Sabemos que o novo mundo do vinho introduziu muitas inovações, como é o caso da Dupla Poda que vem sendo usada no Brasil. E isso é algo que não temos na Europa. Temos interesse na parte agronômica, e também em como isso se traduz no mercado, no marketing e distribuição. É bastante interessante ver como a produção avançou aqui em cerca de apenas 30 anos. É fantástico ver a quantidade de inovações que aconteceram nesse tempo”, exalta ele.

As pesquisadoras da EPAMIG Renata Vieira da Mota, coordenadora do Programa Estadual de Vitivinicultura e Gabriela Alvarenga, identificam possibilidades imediatas de parceria. “A interação foi muito boa, pois recebemos pesquisadores de diversas áreas como microbiologia e química, clima, inovação e economia, então foi possível ter uma boa ideia do que vem sendo feito de pesquisas por lá. Além disso, vislumbramos possibilidades de parcerias reais”, diz Renata. “Percebemos o quanto temos projetos semelhantes em desenvolvimento. Por exemplo, um projeto de identificação de microrganismos autóctones (encontrados livremente nos vinhedos) da região de Minas Gerais, uma linha de pesquisa que também é desenvolvida lá. Já estamos em contato e é uma possibilidade de enriquecer nosso desenvolvimento de pesquisas aqui tanto quanto vamos poder contribuir com as pesquisas de lá”, finaliza Gabriela.

O grupo de pesquisadores visitou as vinícolas Casa Geraldo e Stella Valentino em Andradas; Vinícola Experimental da EPAMIG e Vitácea Enológica, em Caldas além de passar pela Argentina e Petrolina em Pernambuco.

 

 

 

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