(Belo Horizonte – 24/06/2016) – Citricultores e representantes do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), da EPAMIG e da Emater-MG se reuniram, nesta semana, para definir ações para combate ao Greening. O encontro aconteceu em Belo Vale, município maior produtor de tangerina ‘Ponkan’ no estado, e que registrou neste mês de junho a confirmação oficial da primeira ocorrência da doença.
Principal e mais destrutiva doença dos citros no mundo, o Greening (também conhecido como HBL ou Amarelão) ataca plantas cítricas e pode ocorrer em qualquer fase do desenvolvimento. Laranjeiras e tangerineiras estão entre as espécies mais afetadas, mas todos os citros são suscetíveis. “Muitos produtores estão percebendo os prejuízos e se atentando ao manejo. Mas existe um grupo considerável que ainda não sabe nem como identificar os sintomas da doença”, alerta a pesquisadora da EPAMIG, Ester Alice Ferreira.
A pesquisadora informa que, além da região Central, já foram registrados casos da doença em municípios do Triângulo Mineiro e do Sul de Minas. “O primeiro registro oficial do Greening em Minas Gerais aconteceu em 2005 e desde então a doença vem se espalhando pelo estado. No Norte de Minas, região também produtora de citros, não há registro oficial da ocorrência desta doença”, destaca Ester.
De acordo com a pesquisadora, um dos principais efeitos do Greening é a queda na produtividade, fator que tende a aumentar caso não sejam tomadas as medidas necessárias de controle, que implica na eliminação das plantas doentes como forma de impedir a contaminação de todo o pomar. “O desafio é não deixar a doença se alastrar. Para isso é preciso ações conjuntas e sincronizadas, na eliminação de plantas contaminadas e principalmente no controle do psilídeo, vetor da doença”.
Ester Ferreira destaca a probabilidade de que a doença esteja incidindo na região já há algum tempo.”A confirmação oficial da ocorrência do Greening em Belo Vale, aconteceu neste mês de junho, mas possivelmente a doença já está presente na região central do estado há pelo menos 2 anos”. Um alerta sobre a possível chegada da doença no município foi feito durante um encontro técnico promovido pela EPAMIG, no mês de abril. Na oportunidade, Ester e os pesquisadores, Renato Beozzo Bassanezi (Fundecitrus) e Eduardo Augusto Girardi (Embrapa) falaram, para produtores da região, sobre desafios e oportunidades para a citricultura mineira e deram orientações para a identificação e o manejo do Greening em citros.
Contaminação
A primeira ocorrência da doença no Brasil foi em 2004 no estado de São Paulo, onde vários pomares já foram destruídos. A transmissão se dá por um inseto psilídeo chamado Diaphorinacitri, já presente em vários estados, que adquire a bactéria ao se alimentar de uma planta infectada. O primeiro sintoma de contaminação é o aparecimento de um ramo amarelo que se destaca dos demais ainda verdes. À medida que a doença evolui, outros ramos amarelos vão surgindo até que todas as folhas da copa da planta tornem-se amarelas. Numa fase seguinte, as folhas caem, o que causa seca e morte dos ponteiros.
No fruto, o principal sintoma é a redução acentuada do tamanho. Sintomas externos também podem ser observados durante o amadurecimento dos frutos, como coloração verde irregular e inversão de cor durante a maturação (em um fruto sadio, a maturação se dá da parte basal para o centro; já em um fruto de uma planta contaminada, inicia-se do pedúnculo para o centro). Outro sintoma é a assimetria do fruto, quando um de seus lados apresenta tamanho diferente. Os frutos perdem valor comercial por sua deformação e, por acumularem menos açúcares, tornam-se inadequados para processamento de suco.
Mais informações sobre transmissão do Greening, sintomas e formas de controle da doença podem ser consultadas na circular técnica 189 “Huanglongbing (HLB, ex-Greening) ou Amarelão dos citros: identificação e manejo”, disponível para download gratuito no site da EPAMIG, pelo link http://goo.gl/nuDpXk.