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Pesquisadores em olivicultura da EPAMIG participam de curso sobre análise sensorial de azeites

Pesquisadores em olivicultura da EPAMIG participam de curso sobre análise sensorial de azeites

Treinamento foi promovido pelo Conselho Oleícola Internacional e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária

Pesquisadores em olivicultura da EPAMIG participam de curso sobre análise sensorial de azeites – Foto: Fernanda Godoy

(Belo Horizonte – 7/10/2025) Os pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG) Luiz Fernando de Oliveira e Carolina Ruiz Zambon e a pesquisadora de pós-doutorado Amanda Souza, participaram, entre os dias 29 de setembro e 3 de outubro, em Campos do Jordão (SP), do Curso intermediário de análise sensorial de azeites de oliva virgens.

Esta foi a segunda edição do treinamento, uma iniciativa do Conselho Oleícola Internacional (COI) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que contou com representantes de diferentes estados. O objetivo incentivar a criação, o estabelecimento e a homologação de painéis sensoriais de análises de azeites de oliva no Brasil.

As normas técnicas para Azeite de Oliva e Óleo de Bagaço de Oliva no país são estabelecidas pela Instrução Normativa nº 1 do Mapa de 30/01/2012. O regulamento prevê a classificação dos azeites tanto por meio de análises químicas quanto por parâmetros sensoriais.

Na EPAMIG, a implantação de um painel sensorial está contemplada no projeto “PPE-00109-23 Azeite brasileiro de clima tropical de altitude: Estabelecimento de parâmetros de qualidade do campo ao produto elaborado”, coordenado pelo pesquisador Luiz Fernando de Oliveira.

“Este projeto, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), prevê estruturação, capacitação e formação técnica de um painel sensorial de azeites de oliva”, detalha o coordenador.

Treinamento

 Curso foi ministrado pelas professoras Susana Mattar e Ana Claudia Ellis – Foto: Sandro Marques

O curso, em Campos do Jordão, foi ministrado pelas professoras Susana Mattar, da Universidad Católica de Cuyo (Argentina) e Ana Claudia Ellis, da Universidad de la República (Uruguai), chefes de painéis sensoriais em seus respectivos países e com comprovada experiência em análise sensorial de azeites.

A análise sensorial está prevista na legislação e é importante para a correta classificação do azeite de oliva como extravirgem, virgem ou lampante, sendo complementar à análise química realizada no laboratório.

“Um azeite quimicamente classificado como extravirgem pode apresentar defeitos sensoriais que não são detectados na análise química. Dessa forma, a integração entre essas duas abordagens é essencial para assegurar a autenticidade e a qualidade do produto comercializado”, explica a pesquisadora de pós-doutorado Amanda Souza.

Além da identificação de defeitos, o curso abordou a percepção de atributos positivos como frutado, amargor e picância. “E também a identificação de azeites maduros, com notas sensoriais de amêndoas, banana, pera, entre outros, e de azeites verdes, com notas sensoriais de grama cortada, folha de tomate, folha de figueira, alcachofra, entre outros”, informa a pesquisadora Carolina Zambon.

“Essas capacitações são fundamentais para aprimorarmos nosso entendimento e os estudos sobre os azeites produzidos em Minas Gerais e na Serra da Mantiqueira. Os plantios e o manejo adotados na região têm conferido a esses produtos características únicas, um terroir, que, se tipificado, poderá embasar uma Denominação de Origem”, completa Carolina.