Produção do fruto no Norte de Minas começou a crescer após a EPAMIG iniciar estudos, em 1996, para deixar o umbu maior e mais saboroso
“O umbuzeiro precisa de expansão do mercado consumidor, através de uma divulgação maior do fruto”. A orientação é do engenheiro agrônomo e pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), Nívio Gonçalves, especialista na produção de umbu.
O pesquisador aponta que, principalmente na região Norte de Minas, o fruto merece mais destaque, pois é uma fruteira endêmica da Caatinga e fundamental no processo de desenvolvimento da agricultura familiar, tanto pela facilidade no plantio quanto pela certeza de colheita, já que é resistente à seca e às altas temperaturas.
“É preciso difundir a fruta no país. Quem prova sempre gosta e nossa expectativa é a de que, pela tendência dos últimos anos, se amplie bastante o consumo”, destaca Nívio.
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No Norte do estado, os principais municípios produtores são Porteirinha, Janaúba, Mamonas, Monte Azul e Januária. Assim como o pequi, o umbu também é colhido em terrenos abertos por famílias que aproveitam para incrementar a renda.
Umbu em números
Cerca de 90% da produção de umbu do Brasil está concentrada na região Nordeste do país. A colheita de umbu movimentou, em 2018, 8,3 milhões de reais. Segundo o IBGE, a produção foi de quase 8 toneladas do fruto.
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A colheita é iniciada em janeiro, mas já é possível encontrar o fruto no mercado de Montes Claros, município mineiro, por 15 reais o quilo ou 4 reais a peruca (sacola semelhante a uma rede onde são colocados).
A fruta pode ser convertida em vários produtos, como polpa de suco, sorvete, doce, geleia, além da tradicional bebida umbuzada, feita a partir do cozimento do umbu. O fruto e seus derivados também têm mercado internacional.
Opção para gerar renda no semiárido
Com chuva, a produção é maior, mas o umbuzeiro “aguenta o tranco” quando o assunto é seca. Talvez por isso o produtor Pedro Nogueira acredita que produzir umbu é uma opção financeira viável para a economia regional.
“A produção diminui, mas suporta bem a seca. Com pouca chuva vai ser uma das poucas alternativas da região”, disse Pedro Nogueira.
Ele produz há 16 anos e tem hoje dez hectares da planta. “Quando meu pai começou a plantar o umbuzeiro, disseram que ele estava louco, mas, na verdade, deu muito certo. Hoje enviamos para Brasília e São Paulo”, conta.
O principal mercado para a fruta está em regiões que abrigam grande número de nordestinos.
Evolução
A produção de umbu no Norte de Minas começou a crescer após a EPAMIG iniciar estudos, em 1996, para deixar o umbu maior e mais saboroso.
A instituição realizou uma varredura na região e encontrou umbuzeiros capazes de produzir fruto de 50g, cerca de 30g a mais que a média. O objetivo era alcançar mais mercado e consumidores.
O estudo evoluiu e a plantação de Pedro Nogueira, por exemplo, foi constituída por mudas desenvolvidas pela EPAMIG.
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Texto de Carlos Castro Jr. do jornal O Norte, de Montes Claros.